sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pesca e meio ambiente




A grande extensão do litoral brasileiro faz com que, ingenuamente, exista uma
concepção, fundada no chamado senso comum, no sentido de que os proble
mas alimentares do Brasil serão resolvidos pela pesca. Afirma-se que com
tanto peixe no mar seria fácil acabar com a fome. Aparentemente, o governo
brasileiro é adepto de tal teoria, pois chegou a criar uma Secretaria Especial
de Pesca, cujo titular é um dos cerca de 30 (trinta) ministros que formam o ga
binete do Presidente Luis Inácio
Lula da Silva.

A realidade, no entanto, é bastante diferente. Com efeito, a pesca não é uma
solução para os problemas alimentares e, sem dúvida alguma, ela própria
está passando por graves dificuldades, com constantes reduções de volume
pescado em razão da sobrepesca que é largamente praticada nos sete ma
res. No caso brasileiro, não pode passar sem registro o fato de que a pesca
se encontra em meio a um conflito latente com a indústria do petróleo, em ra
zão da crescente exploração de petróleo na nossa plataforma continental. Infe
lizmente, as autoridades responsáveis não têm tratado da questão como seri
a desejável.

Fundamentalmente, as questões ambientais são decorrentes de conflitos de
uso. Explico-me melhor: dois ou mais sujeitos pretendem dar utilização diver
sa para uma mesma área ou recurso ambiental. Vamos nos ater ao exemplo
de uma praia. Entre os vários grupos que a disputam existem interesses di
versos: (i) um grupo pretende utilizá-la para jogar frescobol, (ii) outro para jo
gar futebol, (iii) um terceiro pretende passear com cachorros, (iv) um outro
quer pescar, (v) alguns desejam tomar banho de mar, bem como passear
com crianças e assim sucessivamente. Estas diferentes opções têm dificul
dade de convivência, necessitando um árbitro para estabelecer as regras a
serem seguidas por todas as partes. O poder de polícia existe para organi
zar os interesses de cada um desses grupos e, principalmente, para assegu
rar que a praia continue a prestar os seus serviços para a comunidade.

atividade agricola no brasil

mapa que demonstra atividade agricola no brasil.

USO ECONÔMICO DAS PLANTAS


São espécies com princípios ativos para uso medicinal, cosmético e controle de pragas

Mais de 10 mil espécies de plantas da Amazônia são portadoras de princípios ativos para uso medicinal, cosmético e controle biológico de pragas. A região concentra também outras 300 espécies de frutas comestíveis e uma rica fauna silvestre. Ao todo, a Amazônia guarda em suas florestas, várzeas, cerrados e rios, um total de 33 mil espécies de plantas superiores. É o que aponta o Plano de Amazônia Sustentável (PAS), lançado este ano pelo governo federal. O plano faz um diagnóstico detalhado da realidade e potenciais econômicos amazônicos.

Ainda poucos significativos em termos macroeconômicos, os produtos florestais não-madeireiros, em especial as plantas medicinais, podem se tornar, se tiverem sua exploração incentivada corretamente, em atrativa e rentável atividade econômica para os povos da Amazônia. É o caso específico das ervas e plantas com aplicação nas áreas medicinais e de cosméticos.

“Esse segmento tem tudo para crescer e se tornar uma atividade lucrativa em vários estados da Amazônia desde que se profissionalize”, prevê o pesquisador Juan Revilla Cordenas, doutor em Ciências Biológicas. Cordenas atua na área de botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), órgão que é referência em estudo de produtos não-madeireiros.

O pesquisador avalia que o aproveitamento dos atuais produtos florestais não-madeireiros pode significar a geração de emprego e renda para o ribeirinho, o caboclo, e melhorar a qualidade de vida das pessoas que lidam diretamente com a coleta, armazenamento e venda das plantas medicinais, por exemplo.

Cordenas avalia, no entanto, que o extrativismo a ser praticado na Amazônia deve ser planejado. “Não é a descoberta de princípios ativos de remédios — o grande interesse da indústria — que vai ajudar”, avalia. Muitas vezes, diz ele, o caboclo da Amazônia repassa seu conhecimento sobre os poderes medicinais das plantas, os laboratórios descobrem poderosos medicamentos, mas não recebe royalties algum.

Plantas de grande potencial
Em Manaus, o Inpa emprega grande dos seus recursos à pesquisa e à descoberta do potencial das plantas
da Amazônia. E o resultado é surpreendente. São cerca de 300 espécies nativas da Amazônia ou nela introduzi já catalogadas pelo instituto e com potencial para as áreas medicinal, fitoterápica, aromática e de cosméticos. “O que falta é operacionalizar a produção local de medicamentos e cosméticos com a utilização de plantas amazônicas”, diz ele.

O pesquisador Juan Cordenas é autor do livro “plantas da Amazônia — Oportunidades Econômicas e Sustentáveis”, editado pelo Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amazonas, em parceria com o Inpa. O livro cataloga as potencialidades comerciais de 72 espécies de plantas da Amazônia, nativas e introduzidas, que têm aplicação garantida nas áreas medicinal e de cosméticos.

Já o PAS indica uma grande variedade de produtos florestais para a alimentação. São espécies que podem ser usadas tanto no consumo próprio quanto em escala comercial. A lista inclui açaí, araçá, araticum, babaçu, bacaba, bacuri, biribá, buriti, buritirana, cacau, caju, camu-camu, cupuaçu, graviola, jambo, jenipapo, mamorana, mangaba, murici, pequi, pitanga, pupunha, sapota, taperebá, umbu e uxi.

Atualmente, alguns produtos florestais da Amazônia são comercializados em mercados nacionais: o açaí, o guaraná, as frutas tropicais — em forma de polpas, doces e sorvetes —, o palmito (pupunha e açaí), diversos fitoterápicos e fitocosméticos, o couro vegetal, o artesanato de capim dourado e o artesanato indígena.

Além desses, existem outros produtos não-madeireiros com grande valor de exportação: castanha do Brasil, jarina (o marfim vegetal), a rutila e jaborandi (princípios ativos), pau-rosa (essência de perfume), e resinas e óleos.

Para o governo, esses produtos podem alcançar nichos significativos em nível nacional. “Estes nichos podem garantir escala suficiente para prover meios de vida sustentáveis com a diversidade socioambiental amazônica”, destaca o Plano Amazônia Sustentável, quando avalia o potencial dos produtos não-madeireiros da Amazônia.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Plantas tipícas do Brasil



CAATINGA: mandacaru.







FLORESTA AMAZÔNICA: seringueira.










MATA ATLÂNTICA: pau-brasil.